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Células estaminais mesenquimais de sangue do cordão umbilical com potencial na reparação de cartilagem – estudo em modelos animais

23.12.2016

3 minutos de leitura

Células do sangue do cordão umbilical com potencial na reparação de cartilagem. Um estudo publicado recentemente na revista científica Osteoarthritis and Cartilage demonstrou que a administração de células estaminais mesenquimais obtidas a partir de sangue do cordão umbilical promoveu a regeneração de cartilagem articular danificada em modelos animais.

A cartilagem articular é uma estrutura resistente e elástica que cobre a superfície dos ossos que compõe uma articulação. A sua principal função é permitir o deslizamento das superfícies articulares entre si de uma maneira suave e sem atrito, o suporte de pressões pelas articulações e a distribuição uniforme das pressões intra-articulares. A cartilagem não é vascularizada nem inervada, não tendo por isso capacidade de cicatrização, mesmo após uma pequena lesão. A lesão da cartilagem articular, de origem traumática ou degenerativa, leva à diminuição da proteção do osso que se encontra sob ela, resultando em dor articular, limitação funcional e, nos casos mais graves, na perda total do movimento. As estratégias atuais para tratar estas lesões não permitem a regeneração da cartilagem de forma adequada, sendo por isso necessário desenvolver uma terapêutica que seja eficaz.

Neste contexto, um grupo de investigadores desenvolveu um estudo com o objetivo de investigar a viabilidade de transplantar células estaminais mesenquimais de sangue do cordão umbilical humano (UCB-MSC) em conjunto com um hidrogel de ácido hialurónico (HA) para reparar defeitos de cartilagem articular em coelhos, e determinar se as células transplantadas se mantinham no local ou desapareciam.

Células estaminais mesenquimais de sangue do cordão umbilical promovem a reparação de cartilagem em coelhos

Os investigadores provocaram uma lesão na cartilagem do joelho dos coelhos e transplantaram um composto contendo HA e UCB-MSC no local da lesão. Estes animais foram comparados com coelhos aos quais foi transplantado apenas HA ou com coelhos que não foram tratados. Os animais foram depois sacrificados 2 e 4 semanas após o transplante para avaliar o destino das células transplantadas, e 8 e 16 semanas depois do transplante para avaliar o efeito das células na lesão.

Os investigadores verificaram que a transplantação do composto contendo HA e UCB-MSC resultou na reparação da cartilagem, obtendo-se uma cartilagem com uma qualidade superior àquela obtida com o transplante de apenas HA ou sem tratamento. Nos coelhos tratados com HA e UCB-MSC a arquitetura celular e a organização do colagénio às 16 semanas era semelhante à restante cartilagem do joelho, o que não acontecia com cartilagem dos coelhos controlo. Os investigadores verificaram ainda que, ao longo do tempo, as células transplantadas desapareciam do local da lesão.

Os autores concluíram que a transplantação de compostos contendo HA e UCB-MSC promove a reparação da cartilagem e sugerem que esse efeito se deve à libertação de substâncias das células UCB-MSC para as células da própria cartilagem.

Estes resultados sugerem que o transplante de UCB-MSC com HA poderá constituir uma terapêutica com potencial para tratar o desgaste de cartilagem articular resultante de doenças degenerativas ou de traumatismos.

Fonte:

http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1063458416303466

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