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Terapêutica com células estaminais em doentes com traumatismo crânio-encefálico – resultados de um ensaio clínico

23.12.2016

3 minutos de leitura

Células estaminais no tratamento de traumatismo crânio-encefálico. Os resultados de um ensaio clínico com células estaminais autólogas para tratar doentes com traumatismo crânio-encefálico (TCE) sugerem efeitos favoráveis desta terapia em doentes com TCE grave.

O TCE é uma agressão ao cérebro causada por uma ação física externa (como acidente, queda, ferimento com arma, entre outros), que pode originar lesões cerebrais graves, resultando no comprometimento das capacidades cognitivas, físicas e comportamentais. Anualmente milhares de indivíduos em todo o mundo sofrem um TCE, sendo esta a principal causa de mortalidade e morbilidade entre os adultos jovens. O TCE constitui, portanto, um problema de saúde pública com elevado impacto económico e social, não existindo atualmente uma terapêutica eficaz para muitos destes doentes.

Um grupo de investigadores dos EUA publicou recentemente, na revista científica Stem Cells, os resultados de um ensaio clínico desenvolvido nesta área. O ensaio clínico tinha como objetivo estudar a segurança, viabilidade e potencial da terapia com células mononucleadas de medula óssea autóloga no tratamento de doentes com TCE.

Os investigadores recrutaram 25 doentes com TCE grave: 10 no grupo controlo e 15 no grupo de tratamento, aos quais foram infundidas células isoladas da medula óssea.

As amostras de medula óssea foram recolhidas nas primeiras 36 h após o traumatismo. Após o isolamento da fração de células mononucleadas, estas foram infundidas até 48 h após o traumatismo. Os doentes foram monitorizados nos primeiros dias pós – infusão para avaliar possíveis efeitos adversos do procedimento. Os resultados funcionais e neurocognitivos foram depois avaliados 1 e 6 meses após o tratamento e correlacionados com dados de imagiologia (imagens do cérebro).

Resultados favoráveis do tratamento de doentes com TCE com células estaminais autólogas

Apesar do grupo de tratamento incluir doentes com lesões mais graves, os autores verificaram a preservação estrutural de regiões críticas do cérebro que se correlacionaram com os resultados funcionais. Observaram ainda que os níveis de citocinas inflamatórias (substâncias libertadas por células do sistema imunitário que promovem a inflamação) relevantes foram reduzidos após a infusão das células da medula óssea, sugerindo um efeito anti-inflamatório. Não foram registados efeitos adversos graves associados à recolha e/ou infusão das células.

Os autores concluem que o procedimento é seguro e viável e que os resultados sugerem que as células estaminais infundidas reduzem a resposta inflamatória do organismo ao trauma, preservando desta forma os tecidos cerebrais.

Os investigadores referem que estes resultados estão de acordo com resultados obtidos em estudos em modelos animais e planeiam realizar outro ensaio clínico para confirmar os efeitos observados neste estudo.

 

Fonte: http://stemcellsportal.com/news/stem-cell-therapy-appears-have-effect-traumatic-brain-injury

 

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